História
A Itália é um país relativamente jovem (unificado só em 1861), mas com raízes que remontam às civilizações mais antigas do mundo.
História da Itália em 5 atos:
🎭 Ato I — Roma e seus primórdios (até 476 d.C.)
Antes de ser “Itália”, a península era lar de diversos povos. Mas foi com os romanos que tudo mudou.
Quem foram os romanos e de onde eles surgiram?
Os romanos surgiram da mistura de influências culturais, políticas e religiosas da região do Lácio, onde fica a atual Roma.
A origem lendária: Rômulo e Remo
A história mítica diz que Roma foi fundada em 753 a.C. por Rômulo, depois de matar seu irmão gêmeo, Remo. Os dois teriam sido criados por uma loba. Essa lenda reflete a ideia de que a cidade nasceu em meio a conflitos e disputas por poder.
A origem real: uma mistura de povos
A Roma histórica surgiu como uma pequena aldeia latina às margens do rio Tibre. E ali, por volta do século VIII a.C., três grandes culturas influenciaram os futuros romanos:
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- Latinos – povo indo-europeu que já vivia no Lácio. Foram a base étnica e linguística da futura Roma.
- Sabinos – vizinhos dos latinos, com quem se misturaram através de alianças e guerras.
- Etruscos – uma civilização altamente desenvolvida ao norte, que dominou Roma por um tempo e influenciou fortemente sua religião, arquitetura (como o arco) e organização social.
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Assim, a partir do século VIII a.C., nasceu Roma, que em poucos séculos se tornou o centro de um dos maiores impérios da história, espalhando língua, leis, arquitetura, estradas, e aquedutos por toda a Europa, norte da África e parte da Ásia.
O Império caiu em 476 d.C., mas sua herança ainda pulsa em várias partes do mundo (e até hoje os italianos vivem do eco desse passado glorioso).
🎨 Ato II — Império fragmentado e Idade Média (476 – 1500)
Com o colapso do Império, surgiu um mosaico de reinos, cidades-estado e territórios disputados por bizantinos, lombardos, francos e normandos. A Igreja Católica se tornou uma instituição central na Europa medieval. Papas exercem poder temporal como governantes: têm exército, cobram impostos, fazem leis. O Reino de Nápoles e as cidades de Veneza, Florença, Gênova e Milão floresceram como potências comerciais e culturais, – cada uma com sua própria moeda, governo e rivalidades épicas. E com elas, o Renascimento: um movimento que revolucionou a arte, a ciência e a filosofia. Nomes como Galileu, Michelangelo, Leonardo da Vinci, Dante e Rafael transformaram o mundo.
👑 Ato III — Terra cobiçada (1500 – 1861)
Do século XVI em diante, a região foi palco de invasões e passou por domínio espanhol, francês, austríaco e até napoleônico. No meio disso tudo, nasceu o ideal do Risorgimento, o movimento que queria unificar o país, e contou com figuras como Garibaldi, Cavour e o rei Victor Emmanuel II. Em 1861 a Itália se unifica como país.
⚔️ Ato IV — Monarquia Italiana (1861 – 1946)
O novo país enfrentou conflitos internos, pobreza e duas Guerras Mundiais. Entre elas, viveu o período sombrio do fascismo de Benito Mussolini, aliado de Hitler na Segunda Guerra. Sim, a Itália tinha rei — e mesmo assim virou fascista. Isso foi possível pois o rei Vítor Emanuel III nomeou Mussolini como primeiro-ministro em 1922. Uma vez no poder, Mussolini censurou a imprensa, perseguiu opositores e criou leis fascistas. Em 1925, assumiu plenos poderes como “Duce” (líder supremo). O rei continuou como figura simbólica, mas sem autoridade real.
O Acordo de Latrão, celebrado em 1929 entre Mussolini e o Papa Pio XI, cria oficialmente o atual Estado da Cidade do Vaticano, o menor país do mundo (0,44 km²), governado pelo Papa.
Após o fracasso militar e a invasão dos Aliados em 1943, o rei finalmente demitiu Mussolini, mandou prendê-lo e declarou o fim do regime fascista. Em 1946, em um referendo, os italianos votaram pelo fim da monarquia e pela criação da República Italiana. O rei e sua família foram exilados.
🍕 Ato V — Itália contemporânea: entre passado glorioso e futuro incerto (1946 – hoje)
A Constituição de 1948 trouxe democracia, mas a reconstrução foi longa e dolorosa. A Itália de hoje é referência em moda, gastronomia, arte e turismo. Mas também vive dilemas econômicos, tensões políticas e a eterna divisão entre o norte industrializado e o sul agrícola.